O final de 2024 marcou um ponto de virada para a escalação de Counter-Strike 2 da TSM, quando a organização deixou a cena competitiva, deixando para trás questões e ambições não realizadas. Em uma entrevista exclusiva, o técnico Rejin fala sobre os desafios de construir uma equipe do zero, as lições aprendidas durante a jornada e suas reflexões sobre o ano.

Como você reagiu à notícia de que está fora da equipe e tudo com a TSM desmoronou?

É exatamente como está escrito no anúncio. Não há muito o que fazer sobre isso. Fui informado depois que cheguei em casa do RMR que algumas mudanças estavam acontecendo. Então, não estou surpreso que isso tenha acontecido agora, mas eles decidiram seguir esse caminho, e você só tem que respeitar isso, certo?

Em sua estimativa, como foi o ano que você passou lá, e como você avaliaria os resultados? Você concorda com a decisão da organização? Ou acha que poderia ter feito melhor com mais tempo?

Quando entrei na TSM, foi no início de 2024, e tivemos que preparar um núcleo de três pessoas para 2025. Então, nosso objetivo era 2025. Não era para chegar ao Major este ano ou fazer algo significativo este ano, basicamente.

Claro, é bom vencer alguns torneios e ir para alguns eventos LAN, mas essa não era a ideia. A ideia era 2025. Precisamos estar prontos para isso.

Então, quando você considera isso, acho que fomos bem. Não fomos realmente bem, mas também não fomos mal. Eu diria que foi ok, porque pegamos agentes livres na primeira parte do ano. Queríamos esperar até depois do Major para garantir que fizemos as contratações corretas e não apenas comprassem jogadores. Conseguimos todos como agentes livres, exceto Zyphon.

Acho que gerenciei a equipe muito bem. Acho que nosso gerente geral também fez um bom trabalho — ele trabalhou muito para conseguir a formação que queríamos. Claro, não conseguimos a formação que inicialmente planejamos, mas com as peças que tínhamos, conseguimos nos esforçar muito no verão, qualificar para o qualificatório fechado e depois ir para o RMR.

Não conseguimos chegar ao Major, mas de certa forma, acho que superamos as expectativas. Não sei se isso faz sentido, porque ninguém esperava que estivéssemos onde estávamos, certo? Então, de certa forma, superamos as expectativas. Mas de outras maneiras, claro, não foi bom o suficiente.

De que formas você acha que superaram as expectativas?

Bem, estar no RMR, certo? Isso nem era um objetivo, e ninguém acreditava em nós. Quando formamos a equipe, tínhamos zero pontos no HLTV ou nos rankings, certo?

Então, tivemos que nos esforçar muito. Conseguimos passar pelo qualificatório fechado, e acho que superamos as expectativas de algumas maneiras. Claro, você pode argumentar se isso é apenas o necessário, mas tivemos um mês para nos preparar, e conseguimos fazer funcionar.

Você acha que houve um desacordo entre seu desempenho e as expectativas da organização, considerando que você acredita que a equipe superou as expectativas?

É difícil dizer. Minha principal comunicação era com o gerente geral, e ele trabalhou extremamente duro para manter o projeto em andamento. Pelo que entendi, nossos objetivos estavam alinhados para 2025.

Dito isso, acho que pode ter havido problemas financeiros dentro da organização, o que afetou sua capacidade de apoiar a divisão de CS:GO. Isso é apenas uma suposição minha — não sei com certeza — mas parece que encerrar a divisão foi uma decisão financeira. É lamentável, mas às vezes essa é apenas a realidade da situação.

O foco em 2025 foi estabelecido desde o início ou evoluiu ao longo do tempo à medida que a escalação se desenvolvia?

Nosso objetivo era 2025. Se tivéssemos assinado com sucesso blameF e k0nfig, como planejamos originalmente, nossos objetivos para o primeiro e segundo semestres de 2024 poderiam ter sido diferentes. Mas como não conseguimos eles e tivemos que seguir com nosso plano de backup, o objetivo acabou permanecendo o mesmo. Espero que isso faça sentido.

É um tempo realmente longo — um ano de preparação para outro ano. Do ponto de vista financeiro, não era claro que essa abordagem poderia ser tediosa?

Claro, você pode dizer isso, mas ao mesmo tempo, lembre-se de que a equipe que tínhamos no primeiro semestre do ano era apenas para manter nossos pontos, manter nossas vagas no circuito Challenger e garantir que tudo permanecesse no lugar. Sempre foi uma solução temporária.

Nosso objetivo era montar a formação que queríamos após o Major — o primeiro Major, que foi em Copenhague. Quando não conseguimos os jogadores que estávamos alvejando, tivemos que mudar para o Plano B. Acho um pouco injusto dizer: "Oh, você precisa se qualificar para o Major com essa formação." Eu acho isso irreal.

Ao mesmo tempo, estivemos perto, então você pode argumentar se é razoável ou não. Mas o fato é que esse era nosso objetivo, e estava alinhado com nosso gerente geral. Isso é tudo que posso explicar porque não acho que há muito mais a acrescentar.

Você pode compartilhar mais sobre sua abordagem estratégica para a preparação da equipe ao longo do ano? Por exemplo, entrevistei treinadores como Kane, e eles passaram nove meses com a mesma formação, constantemente em bootcamp com a lineup da Passion UA. Pelo que sei, essa é uma abordagem comum e eficaz. Lembro que a AVANGAR fez algo semelhante nos anos de 2018-19. Você pode explicar sua abordagem e como as coisas evoluíram?

Então, você tem que olhar assim: tínhamos KWERTZZ, poizon, Joel, Zyphon e Valde. Os únicos dois jogadores que sabia que iríamos manter eram Zyphon e Valde. Se você corta três jogadores, você perde todos os seus pontos porque é um novo núcleo.

Então, não importava muito se jogássemos partidas oficiais no início porque essencialmente reiniciaríamos a equipe de qualquer maneira. Estávamos jogando, mas não tão intensamente quanto fizemos posteriormente.

Além disso, Valde era novo na liderança em jogo e queria testar muitas ideias. Portanto, pode parecer que não estávamos nos esforçando tanto na primeira metade do ano.

Existe uma ligação clara entre o número de jogos oficiais disputados e a forma de uma equipe. Foi apenas porque Valde era novo como IGL?

Sim, ele tinha que aprender muito. Quando entrei, ele estava apenas começando como IGL em tempo integral. Acho que ele se saiu bem — não incrível, mas também não mal. Ele é um líder muito bom como pessoa.

Você diria que ele é um líder nato?

Sim, absolutamente. Ele é calmo, autoritário e assume a responsabilidade. O maior problema dele é a falta de experiência, mas isso é algo que ele pode ganhar ao longo do tempo.

Ele aprendeu muito ao longo do ano e melhorou significativamente. Acho que com mais seis meses a um ano, ele será um IGL realmente forte. Ele só precisa de tempo para aperfeiçoar algumas coisas.

Você acha que nós, como comunidade, estamos subestimando ele como capitão?

Eu acho que sim. As pessoas de fora da equipe muitas vezes só olham para as pontuações e não consideram os detalhes.

Por exemplo, nossas taxas de vitória no lado T foram realmente altas no geral, então devemos ter feito algo certo. Claro, não foi contra equipes de primeira linha, mas você só pode jogar o melhor que pode com os recursos que tem.

Nosso principal problema com a TSM era a falta de poder de fogo no lado CT. Não conseguíamos aquelas multi-kills fáceis, e isso tornava as coisas realmente difíceis.

Isso faz sentido. Indo para o futuro, quais são seus planos para 2025? Você tem alguma oferta ou está planejando fazer uma pausa?

Eu definitivamente preciso de um pouco de descanso agora. Tive outra entrevista onde talvez tenha dito algo errado, mas a verdade é que preciso de uma pausa.

Dito isso, não estou me afastando do coaching. Eu amo o jogo demais. Não tenho nada concreto ainda, mas estou em conversas com algumas pessoas.

Se você fosse se juntar a um novo projeto, quais são as principais coisas que procuraria?

Só precisa ser interessante. Claro, eu adoraria entrar imediatamente em uma equipe Tier 1, mas entendo por que pode haver hesitação.

Eu também adoraria continuar com a mesma formação que tínhamos na TSM, mas muitas coisas precisariam se alinhar para isso acontecer.

No final, não terminei com o coaching. Amo CS demais, e gosto de dedicar horas ao jogo. Por enquanto, vou relaxar em dezembro, passar tempo com meus filhos e família e recarregar.