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06:58, 29.11.2024
Uma campanha coordenada de desinformação russa está mirando a S.T.A.L.K.E.R. 2 — um videogame muito aguardado, desenvolvido pelo estúdio ucraniano GSC Game World, que se tornou um símbolo da resiliência ucraniana em meio à prolongada agressão russa.
No mensageiro Telegram e por e-mails, está circulando um vídeo falso que afirma que S.T.A.L.K.E.R. 2 é usado para processos de mobilização na Ucrânia e alegadamente coleta dados pessoais dos jogadores, como nomes, endereços IP e localização. O vídeo também falsamente afirma sobre a colaboração da GSC Game World com o governo ucraniano.
Here is the video itself. We got this via email. Email looked very, very similar to ones previously attributed to a specific Russian disinformation campaign. https://t.co/BLNCKlVB0K pic.twitter.com/KgUKuje30I
— Joseph Cox (@josephfcox) November 27, 2024
No vídeo, que falsamente posiciona S.T.A.L.K.E.R. 2 como uma ferramenta do governo ucraniano para rastrear potenciais recrutas, é afirmado que o jogo coleta secretamente dados pessoais dos jogadores. Este vídeo, que contém cenas de gameplay, alega que um programa embutido no código do jogo coleta informações, como nomes dos jogadores, endereços IP e suas localizações, transmitindo esses dados a cada segundo.
«Este jogo ucraniano, S.T.A.L.K.E.R. 2, ajuda o governo a localizar cidadãos aptos para mobilização», é dito na narrativa do vídeo. Afirma-se também que a GSC Game World fez um acordo com o governo ucraniano, prometendo ajudar na mobilização em troca de apoio financeiro para completar o jogo. No entanto, essas alegações são absolutamente infundadas.
GSC Game World, o estúdio por trás de S.T.A.L.K.E.R. 2, ainda não forneceu uma resposta oficial, mas não há evidências para sustentar as alegações do vídeo. Além disso, a marca d'água WIRED é falsa — WIRED confirmou que não criou nem apoiou este vídeo.
O vídeo está sendo distribuído pela mesma rede de agentes de desinformação que anteriormente miraram jornalistas e organizações de mídia, incluindo a agência de notícias francesa AFP e a publicação digital 404 Media, como parte da operação «Matriochka».
De acordo com pesquisas de especialistas do Digital Forensic Research Lab (DFRL) do Atlantic Council, esses esforços de desinformação fazem parte de uma estratégia mais ampla, direcionada a prejudicar a reputação da Ucrânia e de seus aliados, incluindo países da OTAN. Ao inundar o Telegram, redes sociais e caixas de e-mail de jornalistas com narrativas falsas, a campanha tenta semear desconfiança sobre a mídia independente e desperdiçar o tempo dos jornalistas divulgando histórias falsas.
Notavelmente, a propaganda russa utiliza narrativas e acusa desenvolvedores ucranianos do que o jogo russo Atomic Heart foi acusado, que vazava dados de usuários para órgãos estatais.
Dada a importância de S.T.A.L.K.E.R. 2 para o desenvolvimento de jogos ucraniano e para a Ucrânia como um todo, não é surpreendente que os esforços de desinformação russos tenham mirado no jogo, tentando minar tanto seu sucesso quanto seu significado cultural. No entanto, apesar deste ataque propagandístico, S.T.A.L.K.E.R. 2 permanece um símbolo da determinação ucraniana, e seu lançamento é um testemunho da resiliência do povo ucraniano e da contínua luta por soberania.
Como a guerra continua, o alvo em S.T.A.L.K.E.R. 2 por agentes russos de desinformação é mais um exemplo de como produtos de mídia e culturais podem se tornar ferramentas poderosas na guerra de informação global.
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