A cena brasileira, talvez, esteja passando pelo período mais competitivo de toda a sua história, com as equipes FURIA, Imperial, paiN e MIBR alcançando sucessos significativos no cenário internacional e mostrando excelentes resultados. Bem, talvez não a FURIA, mas isso não importa agora.

Uma dessas equipes, a MIBR, recentemente venceu um torneio na ESL Challenger Melbourne, principalmente graças ao seu jogador estrela Felipe "insani" Yuji e suas incríveis performances durante o evento.

Embora eles não tenham conseguido manter esse ímpeto no CCT Global Finals 2024, é impossível dizer que a MIBR não é uma equipe em ascensão, então conversamos com seu capitão Raphael "exit" Lacerda sobre o que é necessário para a equipe se tornar a número um no Brasil.

"Estamos no caminho certo e estamos traçando nosso próprio caminho"

Bo3: Conte-nos sobre seu primeiro jogo contra a BetBoom - o primeiro mapa foi equilibrado, mas os dois próximos mapas terminaram com 13-0, 13-1, o que aconteceu nesses dois mapas? A escolha dos mapas foi diferente do que você esperava?

exit: O mapa Vertigo contra a BetBoom foi muito bom para nós, nós os destruímos no lado T. Mas não conseguimos levar essa confiança e precisão para o Nuke, e perdemos muitos rounds importantes que não deveríamos ter perdido. Nossa economia estava ruim e tivemos que fazer eco muitas vezes, então não foi um bom mapa para nós. Precisamos melhorar nosso jogo nesse mapa com certeza.

Bo3: E quanto ao jogo contra a BIG? Os mapas foram muito mais equilibrados, como vocês trabalharam durante a série, considerando que o jogo foi tão disputado?

exit: Foi um jogo louco, sem dúvida, e foi difícil jogar contra eles. Sabíamos que o estilo de jogo deles seria muito diferente do da BetBoom, eles jogam de forma muito mais lenta, mas acho que nossa comunicação foi muito melhor nessa série e isso funcionou para nós.

Infelizmente, não conseguimos fechar o mapa Ancient e acabamos perdendo na prorrogação, mas sabíamos que estávamos jogando muito melhor do que contra a BetBoom, então os mapas Anubis e Vertigo foram muito melhores para nós e nos ajudaram a conquistar a vitória.

Bo3: Há muitas equipes de topo no CCT e vocês mesmos estão crescendo, o que este evento significa para vocês?

exit: Significa muito. Antes dos jogos, dizíamos uns aos outros que precisávamos provar que merecíamos estar aqui no tier um e, claro, precisamos melhorar em muitos aspectos, mas estamos no caminho certo e estamos traçando nosso próprio caminho. Esse tipo de evento é onde precisamos conseguir boas vitórias contra boas equipes para alcançar o nível que queremos.

“[saffee e drop] precisaram se adaptar muito depois de vir da FURIA”

Bo3: Faz mais ou menos um ano que vocês contrataram saffee e drop - como a equipe se desenvolveu nesse ano?

exit: Eles agora estão muito mais acostumados com nosso estilo de jogo, eles precisaram se adaptar muito depois de vir da FURIA, que joga de maneira muito diferente. Acho que ainda estamos melhorando diariamente, e precisamos continuar assim, mas estamos chegando lá.

Eu gosto muito dos dois e eles têm jogado muito bem recentemente, espero que isso continue e possamos manter nosso ímpeto.

Bo3: Recentemente, houve uma mudança no departamento de coaching, o que essa mudança trouxe nos bastidores?

exit: BIT e nak têm uma ótima química, eles se conhecem há muito tempo e se respeitam muito. Agora, tenho dois excelentes treinadores ao meu lado, duas pessoas que sabem muito sobre CS, e isso tem me ajudado muito.nak me ajuda mais com os aspectos mentais e BIT continua fazendo o trabalho que fazia antes, então acho que temos uma equipe de coaching forte.

Bo3: insani é a grande estrela da sua equipe e tem recebido muita atenção internacional, como ele mudou como pessoa desde que se juntou à equipe e se acostumou ao aspecto profissional do CS?

exit: No ano passado, quando jogamos em Katowice, foi o primeiro torneio oficial dele conosco. É um grande torneio, claro, então antes do jogo dissemos a ele que é o mesmo jogo que ele sempre jogou, ele nos disse depois do primeiro jogo que percebeu que isso era verdade quando conseguiu um headshot nos primeiros rounds e soube que poderia jogar exatamente da mesma maneira que joga em casa.

Ele é um bom rapaz, ele sempre nos escuta quando dizemos algo a ele. Ele é muito bom no jogo e é extremamente dedicado, mas o mais importante é que ele é uma boa pessoa que sempre escuta as melhorias que as pessoas sugerem a ele. Ele está se tornando um grande jogador e estou muito feliz por ele.

Bo3: Foi difícil mantê-lo na equipe?

exit: Eu não tenho muita informação sobre isso, para ser honesto, coisas assim são tratadas pela gestão. Talvez algumas equipes tenham mostrado interesse por ele, mas, como eu disse, ele é muito importante para nós e a MIBR é uma grande organização, então eles não querem perder seu melhor jogador.

“As melhores equipes brasileiras agora estão no mesmo nível”

Bo3: A cena brasileira está em um estado interessante agora; a FURIA é apresentada como a equipe principal, mas eles têm jogado mal há um tempo, então você tem vocês, Imperial e paiN, todos mostrando grandes resultados ocasionalmente, como vocês veem a cena doméstica? Parece que há uma possibilidade de uma das outras equipes se tornar a nova equipe principal no CS brasileiro?

exit: As melhores equipes brasileiras agora estão no mesmo nível, e acho que o Brasil nunca teve um momento como este. Há muito fogo em nossa cena agora, muitos jogadores estão chegando ao nível superior, e estou muito feliz com isso.

Não acho que temos uma 'melhor equipe' no momento, no sentido de que costumávamos ter a FURIA nessa posição, mas é bom que tenhamos muitas equipes que podem se apresentar nesses torneios.

Acho que todas essas equipes precisam jogar mais esses tipos de torneios no nível tier um, e precisamos nos provar nesses torneios porque é o sonho de todos vencer grandes equipes e ganhar um torneio de nível um.

Bo3: Você acha que a experiência é tudo o que é necessário para uma das equipes ocupar o primeiro lugar? Fora a FURIA, as outras três equipes frequentemente se alternam para se qualificar para esses torneios internacionais, por assim dizer.

exit: Acho que sim. Precisamos de experiência para que possamos nos provar no nível tier um, e então, quando fizermos isso, poderemos ver quem é a melhor equipe na cena.

Bo3: Quais são suas esperanças para o restante do ano? É se tornar a melhor equipe do Brasil até o final do ano?

exit: Espero que sim. Espero que continuemos evoluindo como estamos agora e acredito que estamos fazendo um bom trabalho nesse sentido. Precisaremos melhorar nossa posição no ranking, mas acho que podemos fazer isso.