Tivemos a oportunidade de conversar com o jogador de League of Legends da Natus Vincere, Emil "Larssen" Larsson. Com o profissional de eSports, discutimos os resultados da equipe durante o LEC 2025 Summer, as razões por trás de suas dificuldades e o moral da equipe.

Como você avaliaria seu primeiro split com a NAVI? O que mais te surpreendeu na organização em comparação com a Rogue?

A avaliação do primeiro split é obviamente muito decepcionante, já que não vencemos uma única partida. Nenhuma sequer. Como grupo, na verdade, nos saímos bem. Treinamos bastante contra o outro lado do grupo e nos saímos bem, mas definitivamente estávamos no grupo mais difícil. Obviamente, se você não ganha um único jogo no seu grupo, não merece avançar. Você podia perceber que a NAVI estava realmente faminta por vitórias.

Mas qual foi o principal problema que fez com que vocês não conseguissem vencer sequer um mapa nas partidas melhor de três?

Acho que sucumbimos muito à pressão. Se você não ganha um jogo, a pressão só aumenta. Vencer um jogo alivia muita pressão, mas quando você não vence, ela só acumula. Depois de dois jogos, quando jogamos a terceira partida contra a Vitality, já era tudo ou nada, o que é meio louco depois de apenas dois jogos. Levamos muita pressão para essas partidas. Tanto na melhor de três contra a KC quanto contra a Vitality, não conseguimos desempenhar sob essa pressão. Contra a MKOI, não tínhamos tanta pressão, então jogamos bem. Foi uma melhor de três muito acirrada e poderíamos ter vencido os dois jogos.

Conte-nos sobre a preparação da NAVI para o split de verão. A equipe teve tempo suficiente para se preparar após a chegada dos novos jogadores?

Acho que tivemos tempo suficiente. Você não precisa de muito tempo se os jogadores são bons. Veja o G2 em 2019 — eles jogaram muito bem imediatamente. Acredito que tivemos tempo suficiente. Uma vitória no palco do LEC teria sido enorme para nós e poderia ter desencadeado uma sequência de vitórias.

O que vocês precisam corrigir o mais rápido possível para vencer seus próximos jogos ou torneios? Talvez vocês precisem de um psicólogo, ou há problemas internos?

Obviamente, a temporada acabou para nós. Temos um psicólogo, mas não nos preparamos o suficiente para o quadro geral. Como a temporada já terminou, é difícil dizer o que exatamente precisa ser corrigido agora.

Quão diferentes eram os métodos de preparação na NAVI em comparação com a Rogue? Isso poderia ter influenciado os resultados?

A preparação é bastante semelhante em todas as equipes. Você treina, revisa e se prepara para os adversários. Não é muito diferente. A NAVI nos deu todas as ferramentas para vencer.

Quais ferramentas? Talvez algumas secretas?

Eles nos forneceram psicólogos e nos apoiaram em nossas rotinas diárias. Eles nos deram tudo o que precisávamos.

Vocês enfrentaram dificuldades para se adaptar aos novos patches e à meta durante a preparação, ou os problemas eram mais profundos?

Houve um patch realmente grande antes da melhor de três, e nos adaptamos rapidamente. Talvez tenhamos nos adaptado demais, pensando que era maior do que realmente era. Mas os patches não foram nosso principal problema.

Na sua opinião, qual campeão é o mais forte na meta atual antes do próximo patch? Talvez especifique para cada rota.

Rumble tem sido o top laner mais forte há muito tempo, provavelmente ainda é. Pantheon mid também é muito forte, na minha opinião, e sempre foi ao longo da minha carreira. Para ADC, Yunara é nova e muito forte — campeões novos geralmente são OP porque é assim que a Riot os faz. Para suporte, você pode basicamente jogar com qualquer coisa, mas, novamente, campeões novos geralmente são OP.

Como você avalia o trabalho da comissão técnica e no que vocês se concentraram mais antes do início do split de verão?

Nosso foco principal foi construir fundamentos, porque éramos uma equipe nova. Os mesmos treinadores da Rogue trabalharam conosco, e acho que fizeram um bom trabalho.

Vamos falar sobre os novos jogadores. Como foi o processo de adaptação com os novos membros do elenco, como Thayger?

SamD já jogou em grandes equipes, então a adaptação não foi muito difícil para ele. Para Malrang, foi um desafio porque ele nunca tinha jogado como suporte antes; ele trocou de função logo antes do split. Essa foi a parte mais difícil — se adaptar ao suporte na fase de rotas, e não tivemos muito tempo. Thayger é realmente muito bom, mas infelizmente não conseguiu mostrar isso no palco. Espero que ele consiga provar seu valor no futuro.

Você também jogou com Adam e Malrang na Rogue. Isso ajudou a construir química ou tornou mais difícil integrar os novos jogadores?

Definitivamente ajudou porque já nos conhecíamos, então não foi como começar com cinco jogadores totalmente novos. Mas como Malrang mudou de função, foi basicamente como ter um jogador novo também. Ainda assim, ter rostos familiares ajudou.

Você sentiu uma pressão extra como um jogador experiente, esperado para ser um exemplo para os novatos no novo elenco da NAVI?

Sim. Senti muita pressão porque era o primeiro split da NAVI, e eu realmente queria ir bem por eles. É daí que veio a maior parte da pressão — querer vencer pela NAVI. Infelizmente, isso não aconteceu.

Você diria que o resultado de 0–4 neste verão foi uma continuação dos problemas da Rogue na primavera, onde a equipe também terminou em último?

Não, foi diferente. Com a Rogue, não estávamos indo bem nos treinos, nem mesmo contra equipes fracas. Mas com a NAVI, estávamos indo muito bem nos treinos, até demolindo outros. Os problemas não eram os mesmos — na Rogue, simplesmente não éramos bons o suficiente. Na NAVI, tínhamos potencial, mas sucumbimos à pressão.

Qual partida da temporada foi a mais decepcionante para você pessoalmente, e o que deu errado?

Definitivamente a série contra a MKOI. No primeiro jogo, tínhamos basicamente uma vitória garantida. Jogamos muito bem, mas acabamos perdendo. Isso doeu mais porque era um jogo que deveríamos ter vencido e poderia ter nos dado confiança. Em vez disso, jogamos fora. Foi o mais doloroso.

Pode aprofundar um pouco mais no que deu errado naquela partida? Foi uma escolha ruim de campeões, ou erros no jogo como rotações ou builds de itens?

Não foi muito complicado. Estávamos dominando, então cometemos um erro, eles pegaram o Elder, e depois disso foi muito difícil voltar. Ficamos tensos, não jogamos normalmente e perdemos o ritmo. Ainda tínhamos uma chance, mas depois desse erro, não conseguimos nos recuperar.

Foi muito triste para mim, como fã da NAVI, assistir. Como a equipe reagiu após cada derrota? Ainda havia esperança de virar o jogo, ou vocês sentiram que já estava acabado?

Ainda estávamos confiantes indo para a partida contra a Vitality. Tínhamos jogado contra a MKOI no dia anterior e achamos que a Vitality não era tão boa. Acontece que eles eram fortes. A programação foi difícil — jogamos contra a MKOI e depois contra a Vitality em sequência, enquanto a Vitality teve uma pausa. Indo para a partida contra a Vitality, estávamos confiantes, mas após aquela derrota, já estávamos fora.

Como sua percepção sobre suas próprias habilidades mudou após os últimos dois anos de resultados abaixo das expectativas em comparação com seus anos de pico de 2022–2023?

Definitivamente abalou minha confiança. Não tive vitórias consistentes ou boas campanhas por três anos. Ainda sinto que posso ser um jogador muito bom, mas os últimos dois anos foram muito ruins. Preciso de vitórias para recuperar minha confiança.

Ouvindo você agora, percebo que ainda está muito motivado. Como você lida mentalmente com uma temporada em que sua equipe não venceu uma única partida?

É definitivamente difícil, mas entrar para a NAVI me motivou. Foi uma mudança de ambiente, e senti que a equipe realmente queria vencer. Ainda assim, após dois anos ruins, é muito difícil. Depois de um ano ruim, você pode deixar para lá, mas dois seguidos é complicado.

Houve momentos em que você duvidou se continuar no League of Legends profissional era a decisão certa?

Um pouco, mas não muito. Esta é a minha vida. Claro, quando você ganha o tempo todo, é mais fácil.

Vamos falar sobre outra equipe — T1. Eles têm dominado por anos. O que os diferencia dos outros?

Bem, eles têm o Faker, certo? Ele está lá há 13 anos, o que é enorme. Ele sabe como vencer jogos, entende de macro perfeitamente e sabe como liderar uma equipe. Isso faz uma grande diferença. Eles também sempre têm ótimos jogadores ao redor dele. T1 é tão grande que pode atrair os melhores jogadores — isso se torna uma bola de neve, como com o G2. Jogadores fortes querem se juntar a eles, e eles construíram uma cultura vencedora.

Em 2025, o Worlds está previsto para ser um dos torneios mais emocionantes. Além do T1, quais equipes você considera as principais favoritas?

Provavelmente a Gen.G.

Qual é a chave para o sucesso contínuo do T1 no Worlds? Comissão técnica, jogadores ou algo mais?

Os jogadores deles têm muita experiência no Worlds. E às vezes parece que eles fazem mágica. Mesmo quando não parecem fortes na LCK, eles aparecem no Worlds e vencem. Qualquer coisa pode acontecer lá — como quando a DRX venceu o Worlds, mesmo que mal tenham se classificado. No Worlds, o momento e o ambiente da equipe são enormes. Uma mudança de ambiente pode dar um impulso. Isso é frequentemente o que ajuda o T1 a ter sucesso.

Vamos voltar à NAVI. Se a NAVI chegasse ao Worlds, quais partidas você estaria mais animado para disputar? Quais adversários seriam o maior desafio?

De longe, T1. Eu já fui ao Worlds três vezes, mas nunca joguei contra o Faker. Jogar contra ele seria o mais empolgante. Vencer contra uma equipe da NA também seria muito divertido.